O vício de qualquer tipo não se desenvolve por escolha, mesmo que o viciado não tenha controle sobre esse desenvolvimento, uma vez que o consumo contínuo de qualquer substância psicoativa causa uma mudança no funcionamento do cérebro. O termo “dependência química” pode ser usado em referência à dependência de múltiplas substâncias psicoativas ou em referência específica a uma determinada droga ou classe de drogas”, explica ele.
Embora a doença da dependência se aplique a todas as classes de substâncias psicoactivas, existem diferenças entre os sintomas de dependência característicos de cada substância. Uma pessoa que é dependente de uma substância química e/ou álcool tem um desejo incontrolável de usar a droga, aumentando a quantidade de uso ao longo do tempo para alcançar o mesmo efeito.
“Sintomas de desconforto psicológico e físico aparecem quando o uso é interrompido ou reduzido, e para diminuir esse desconforto, a substância continua a ser usada. Muitas vezes, a pessoa usa mais drogas e por mais tempo do que o esperado. Pode haver uma tentativa ou um desejo de parar ou reduzir o consumo, mas sempre sem sucesso”, explica o psicólogo.
Mudar um comportamento viciante é uma jornada difícil, e é essencial usar todas as condições disponíveis para ajudar a pessoa a se engajar em um processo de recuperação. Apontar dedos e fazer julgamentos não é saudável, por isso tente ajudar pacientes e pessoas com esses perfis. “O envolvimento em vez do alojamento dos membros da família, a identificação preventiva, a procura de ajuda especializada e o acompanhamento a longo prazo são aliados para que a viagem seja um sucesso”, conclui Marina.
Números
Segundo a OMS, o abuso do álcool causa 2,5 milhões de mortes por ano, e 320 mil jovens entre 15 e 29 anos morrem por causas relacionadas ao álcool, representando 9% das mortes nessa faixa etária e pelo menos 15,3 milhões de pessoas que sofrem de transtornos relacionados ao uso de substâncias.
Estes e outros estudos mostram que o uso de substâncias psicoativas (especialmente cocaína, crack e drogas sintéticas) tem aumentado mais – proporcionalmente – no Brasil do que em outros países do mundo. O Brasil é o terceiro maior consumidor de estimulantes, e o uso de drogas ilícitas entre as mulheres representa cerca de um terço do consumo de drogas ilícitas entre os homens.